Publicado por: Marcio | 12/03/2009

Tempo pra que te quero?

Muita gente diz que a percepção do tempo varia de acordo com o que se está fazendo e nosso estado de humor. Ninguém descobriu uma ciência pra controlar isso? Uma pílula? Um programa de computador?

Hoje, completo dois meses no Timor Leste. Às vezes parece uma eternidade, mas geralmente parece que o tempo voa!!

Tenho muito trabalho, mas existem momentos em que não sei se ele acaba ou se eu simplesmente deixo pra lá. Nessas horas, dá uma sensação de vazio. Eu abro meu e-mail, procuro mensagens novas ou releio algumas antigas. Abro a página de esporte da Folha, olho as fofocas do UOL…
Pois é, horas de solidão. Sozinho na multidão, porque ao redor as coisas continuam a 80 por hora.

Se os momentos assim são no fim do dia, eu fujo para a praia pra andar ou correr. E torço pra não encontrar com ninguém conhecido, pra ‘curtir a solidão’. Apesar de ser uma coisa meio desagradável, ainda não consigo conectar com ninguém por aqui pra falar dessas coisas.

Que fazer nessas horas, senão olhar para o mar?

Suai Loro

Publicado por: Marcio | 07/03/2009

Tribunal Penal Internacional: momento da verdade!

Falei que queria deixar este blog menos sério, mas tem hora que não consigo. Lá vou eu baixar pitaco de novo…

Bom, o Tribunal Penal Internacional (TPI) é uma das primeiras sementes de uma infra-estrutura supranacional (talvez a única) no mundo de hoje. Em um mundo globalizado e desigual, eu particularmente vejo pouca alternativa para resolver os problemas mundiais fora da construção de uma infra-estrutura como esta (pros estudiosos do campo da globalização, estou no campo dos cosmopolitas!).

O TPI existe, mas muita gente questiona a sua funcionalidade. É por isso q eu acho que este é o momento da verdade: o TPI é apenas uma fachada de um sistema de justiça internacional? Ou é um instrumento efetivo para corrigir graves crimes que nenhum outro tribunal tem jurisdição para julgar? Afinal, ele funciona?

Digo isso porque a emissão de mandado de prisão contra o presidente do Sudão, acusado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, é uma jogada de alto risco. De um lado, muitos movimentos e organizações de direitos humanos aplaudiram. De outro, alguns governos (me parece que a China é um deles, de acordo com a BBC), já disseram que um mandado como esse é inaceitável, pois viola a soberania de um país.

O termo ‘soberania nacional’ é a chave. O sistema internacional, desde a Paz de Westfália, que é considerada a fundação do sistema de estado-nação moderno, é baseado no princípio da inviolabilidade da soberania nacional. Mesmo o sistema das Nações Unidas é fundamentado neste princípio. Os capacetes-azuis, as forças armadas da ONU, nada mais são do que um país comandando cada missão – a ONU não tem, no fundo, poder ‘executivo’. Mesmo as decisões do Conselho de Segurança são aplicadas por países-membros, não pela ONU em si.

O princípio da soberania, nessa lógica, é absoluto. Dessa forma, ele é incompatível com a idéia de um órgão supranacional, ou seja, um órgão que está acima das nações – como é o caso, em teoria, do TPI. É por isso, inclusive, que o TPI foi estabelecido por um tratado, o Tratado de Roma, e os países que não aceitam jurisdição do TPI simplesmente não assinaram o tratado (caso dos EUA, por exemplo). Mas existem exceções: o TPI pode ser chamado a tratar um caso pelo Conselho de Segurança. Desde meados da década de 90, suspeitas de crimes contra a humanidade são consideradas ameaças à segurança mundial, e por isso o Conselho de Segurança pode tratar do assunto. É o que acontece com Darfur, o caso que gerou os mandatos contra o presidente do Sudão.

Daí surge um motivo óbvio para o Sudão rejeitar o que o TPI diz: o país não assinou o Tratado de Roma.

Agora, existe outro problema. Qualquer órgão de Justiça, para ser efetivo, precisa contar com alguma instituição que faz valer as suas decisões (enforcing, em inglês). Por exemplo, a polícia: é ela que prende alguém que foi condenado à cadeia. Também é o sistema carcerário, que mantém as pessoas presas.

O TPI, no momento, não tem nenhum desses instrumentos. Uma prisão será construída em Haia para o TPI, pelo governo holandês, o que é um bom começo. Mas o TPI não conta com uma força policial (internacional) própria. Até hoje, quem prende são os países. E quem vai prender o Presidente do Sudão?

Em princípio, todos os países-membros do Tratado têm o dever de prender o cara. Mas alguém vai? Alguém vai invadir o Sudão? Ou o cara vai ficar livre, sendo que todo o planeta sabe onde ele está?

É claro que o TPI tem consciência desse dilema. Gostaria de saber qual foi a aposta deles, ao emitirem o mandado de prisão. É um blefe, uma forma de capitalizar a atenção do mundo para a questão de Darfur e fazer com que o governo do Sudão mude suas políticas? Ou é uma jogada de marketing que visa apenas manter a ‘cabeça’ do TPI acima da água, contra as críticas de que o tribunal não toca em vespeiro?

Uma coisa que me ocorre (mas que é quase suicida) é que um ato como esse vai por a nu as ineficiências e contradições do modelo atual do TPI. Isso tem dois riscos possíveis, mas excludentes: um) o modelo ‘supranacional’ se mostra uma falácia inexeqüível, é descartado e esquecido; ou dois) a idéia é revista, em um contexto que assume que a soberania de nenhum país é um valor absoluto, permitindo a construção de um sistema supranacional muito mais amplo e efetivo (ou seja, que vai muito além do TPI). Isso incorreria em uma baita reforma das Nações Unidas, no mínimo.

Nenhum destes cenários é de curto prazo. Mas os próximos meses podem apontar alguns indícios. Imagino que alguns países vão assumir a postura padrão: se o cara pisar em um de seus aeroportos, ele será preso – obviamente, o presidente do Sudão saberá de antemão e não viajará. Outros vão fingir que não é com eles e vão continuar como sempre – provavelmente, a China fará isso.

Quando saberemos se o TPI passou ou não no teste? Francamente, acho que uma falha é bem provável, mas é difícil imaginar quando saberemos. Mas tal falha ainda pode levar a um bom resultado, no longo-longo prazo. Infelizmente, tarde demais para as centenas de milhares de vítimas em Darfur.

Publicado por: Marcio | 03/03/2009

É bomba!

Infelizmente, não foi uma bomba jornalística. Foi uma bomba de verdade!

Também conhecida como UXO...

Também conhecida como UXO...

Quer dizer, talvez uma ex-bomba. Explico: trabalhadores construindo as fundações de uma capela encontraram o que parecia uma bomba. Corretamente, eles chamaram a polícia. O que a polícia fez? Trouxe a bomba até o centro da cidade.

Eu chamo isso de um ‘Homer Simpson’! Dã!

O resultado é que evacuamos o escritório assim que soubemos da bomba. E ficamos aguardando o esquadrão anti-bombas de Díli, que, aliás, demorou mais de 24 horas pra chegar. Isso que é serviço de urgência, né?

Mas no fundo, no fundo, acho que tudo bem com o Homer Simpson. Quer dizer, era uma bomba da Segunda Guerra Mundial, enterrada há quase 70 anos. Se a bomba não explodiu na estrada, com os buracos e chacoalhadas que certamente passou, não acho que era perigosa. Mas vai explicar isso pra segurança!

PS: UXO significa UneXploded Ordnance, é o nome técnico pra armamentos não-detonados e perdidos em áreas onde houveram guerras. Outros UXOs são minas terrestres, granadas, mísseis, etc…

Publicado por: Marcio | 03/03/2009

Timor Leste de Norte a Sul

A semana foi longa, trabalhosa, e com alguns desconfortos. Além de duas datas importantes a comemorar (veja o próximo post). Portanto, decidi que eu merecia ir pra Díli cair na balada. Mas, para fazer valer essa decisão, é preciso pagar um preço: viajar de carro entre Suai e Díli.

São apenas 140Kms. No Sudeste Brasileiro, é muito rara a viagem, com essa distância, que leva mais de uma hora e quinze (se não for uma trilha de jipe, ok). Entre Suai e Díli, eu levei 7, quase 8 horas. Os pés-de-chumbo levam 6 horas. Dá para imaginar o que foi isso…

Cada trecho tem a sua particularidade. As estradas em Covalima, o distrito do qual Suai faz parte, são um desafio ao conceito de estrada: são picadas de boi, esburacadas à exaustão; pequenas lagoas que chegam à altura da porta do carro; pontes que só cruzam metade do rio (quando há ponte). E por aí vai. Em Ainaro, o asfalto é, em vários trechos, ótimo, mas a estrada tem exatamente a largura de um carro; é muito (muito!) sinuosa (imaginem a estrada Taubaté-Ubatuba); e o mato é alto e invade a pista. De Ainaro em diante, é sempre serra: sobe-sobe-sobe, desce-desce-desce, e começa tudo de novo, até Díli. Passo ainda por Aileu, muita serra, estradas médias, muito muito sinuosas.

As cadeias de montanhas que formam o ‘eixo’ da ilha de Timor são bastante altas, o que resulta em paisagens magníficas. Infelizmente, as estradas dão pouca margem para apreciar a vista: quase toda curva é muito perigosa, e a conservação, quando existe, é bem precária. Stress total!

Em todos os casos que citei, me parece que não há o mínimo da engenharia de estradas. Não há inclinação para escorrer a água da chuva, as curvas parecem, em alguns pontos, desnecessárias, e vários obstáculos são mal contornados, ficando à beira da pista (deslizamentos, árvores, etc.).

Mas eu tirei dois grandes aprendizados dessa viagem: primeiro, é uma viagem com riscos, mas não é nenhum bicho de sete cabeças; segundo, principal para o meu dia-a-dia, é que todas as viagens que vou fazer a trabalho, agora, são fichinha!

http://www.facebook.com/album.php?aid=222100&id=736650561&l=6d6b7

Publicado por: Marcio | 03/03/2009

Aniversário, ou Carnaval em Díli

Como disse ‘acima’, eram duas datas a comemorar. A primeira, meu aniversário. A segunda, o Carnaval!

A Embaixada Brasileira organizou, com o Governo do Timor, um carnaval ‘à bahiana’ em Díli. Descolaram uma banda brasileira de axé, que vive na Austrália. Colocaram eles em cima de uma carreta com uns alto falantes e pronto: virou um trio elétrico!

Mas note-se que era um trio elétrico pra lá de modesto.

Acho que as fotos não fazem muita justiça. Não sei se parece grande coisa, mas foi uma festa muito bacana e alto astral – mesmo com a chuva que caía. A gente pulou muito, música boa ou música ruim! (Claro, a cervejinha ajudava a enganar na música!) Havia algo do espírito do Carnaval brasileiro, aquela coisa da bagunça alegre, sem dar bola pro que não é da festa. Australianos, cubanos, gente de vários países da África, apoiavam o considerável número de brasileiros que puxava o desfile. Afinal de contas, só não vai atrás do trio elétrico quem já morreu!

E não foi só uma festa brasileira: houve um ‘bloco’ de salsa cubana, outro com roupas típicas timorenses, além de vários grupos de escolas ou comunidades ao redor de Díli. Grupos de artes marciais (karatê, taekwon-do, kung-fu, até capoiera) também se apresentaram, com tranqüilidade e sem nada das guerras de gangues dos anos anteriores. E claro, houve o momento ‘Gala Gay’, com os travestis mandando beijinhos pra todo mundo ;-).

O ‘desfile’ de Carnaval acabou no Palácio do Governo, com direito a discurso do primeiro-ministro-herói Xanana Gusmão. A partir daí, o som passou para um palco, mas aí a coisa acabou rápido. Saí para comer e, quando voltei, uma banda de trash metal timorense (!!) dominava o palco. Alguém consegue imaginar? Certamente, é mais estranho ainda.

Uma observação sobre o público timorense, em shows. Não sei se isso é regra, mas parecia que as pessoas estavam em uma galeria de arte, olhando para uma pintura. Ninguém batia palma, ninguém cantava, nem balançava a cabeça. As pessoas (uma multidão!)  só olhavam, quietas, de braços cruzados. OK, a música não era grande coisa, mas isso não é meio maluco?

De qualquer forma, a viagem a Díli foi um sucesso! O Carnaval foi divertido, uma ótima desculpa para comemorar o aniversário. Que venham os próximos anos!

http://www.facebook.com/album.php?aid=222101&id=736650561&l=2e438

Publicado por: Marcio | 03/03/2009

Colocando as coisas em dia

Aconteceu muita coisa estes dias, que valem a pena ser relatadas, mas que me deixaram bem atrapalhado de tempo. Vamos tentar normalizar!

Publicado por: Marcio | 25/02/2009

((Nada a ver)), blog longo e sério demais

Só pra explicar, a categoria ((Nada a ver)) são textos-viagem que, obviamente, não têm nada a ver com o Timor Leste. Servem mais pra dar uma refletida.

E admito que os posts, além de longos, estão sérios demais! O dos carros foi o menos pior, mas ainda assim… tentarei melhorar.

Mas os textos não devem encurtar muito, não. Acho que a coisa ‘telegráfica’ de muitos blogs é quase um atentado à língua. Parágrafo de uma linha só? Puuuutz…

Publicado por: Marcio | 24/02/2009

‘Você dirige do lado certo?’

São essas ambigüidades das línguas que me fazem gostar de aprendê-las. No Timor Leste, assim como na maior parte do Sudeste Asiático e toda a Oceania, se usa a mão inglesa – ou seja, dirige-se do lado esquerdo da rua. Eu dirijo por aqui. Imaginem o perigo, eu, o bração!

Antes de pegar no volante, tive que fazer um teste. Quando eu cheguei no departamento de transporte, o responsável (um negão da Libéria com nome de cidade italiana) ficou meia hora falando da namorada japonesa dele, mesmo comigo dizendo a cada 10 minutos que sou brasileiro. Depois disso, ele me perguntou: ‘você dirige do lado certo?’ (em inglês, ‘Do you drive on the right side?’). Quase ri por causa da ambigüidade, e quase respondi que nunca dirigi do lado ‘errado’.

Bom, o fato é que passei no teste de direção, para minha própria surpresa. Três pessoas do meu departamento disseram que foram reprovadas uma ou duas vezes antes de ‘acertar a mão’ (heheh). Mas é claro que eu ainda ligo o limpador de pára-brisa ao invés de dar seta, e nunca acerto na primeira o lado do cinto de segurança. Mas acho que o maior desafio de mudar a ‘mão’ (ou de dirigir do lado ‘errado’) é se acostumar a olhar os espelhos do outro lado, e acertar as preferências. Eu já fazia curvas abertas no Brasil, agora então… Bem que avisaram que acidentes de trânsito são o principal risco das missões da ONU.

Ah, mas o mais legal é que eu agora tenho a minha própria Toyota Hilux 4X4!! Ar condicionado, trio elétrico, direção hidráulica, freio ABS… pena q é proibido dirigir acima de 65Km/h! De qualquer forma, as estradas em geral são péssimas, e estou aprendendo na marra a atravessar buracos, rios, além de usar a tração extra e a reduzida (Aí, Igor!! Tô aprendendo, mano! Vou dirigir seu jipe na volta!). O principal, claro, é aprender a dar meia volta e voltar pra casa, porque tem alguns rios e buracos que não devem ser atravessados. Inclusive, vi hoje uma foto de um carro da ONU arrastado por um rio.

Segue uma foto da minha ‘caranga’, o UN955!!

Minha caranga!

Minha caranga!

Publicado por: Marcio | 24/02/2009

Pensamentos sobre a crise financeira

De certa forma, me sinto isolado e ao mesmo tempo mergulhado na crise financeira. Isolado porque estou aqui em um país que já é paupérrimo, mas com contrato de trabalho assegurado por um bom tempo. Mergulhado porque as pessoas não param de falar nisso, e os países ao redor do Timor Leste estão no olho do furacão (especialmente China e Japão).

Francamente, tenho duas suspeitas sobre esta crise. A primeira é que a coisa ainda pode piorar bastante. A segunda é que comparar esta crise com a de 1929 é, por enquanto, um sensacionalismo muito besta.

Quero refletir um pouco sobre esta segunda suspeita, já que a primeira, que ainda vai demorar a se verificar, pode invalidá-la. Eu vejo duas razões pelas quais a crise atual não pode ser comparada à de 1929. A primeira é que não existe uma grande revisão das idéias por trás da gestão econômica. A segunda é que, por esta mesma razão, não está sendo revisto o ordenamento econômico e político mundial. Vamos a elas, uma por vez.

Quando governos estatizam bancos e capitalizam os mercados, muita gente fala de um renascimento do Keynesianismo, do estado social-democrata. Isso faz todo o sentido, mas não como uma ‘redescoberta’ de Keynes. Me parece que as pessoas vêm isso como um ciclo necessário do capitalismo. E, se formos ver isso como um ciclo, a ordem é a seguinte: social-democracia, depois estagflação (fim do crescimento econômico, inflação em alguns países e deflação em outros), depois o ressurgimento da economia clássica, liberal e desregulada, bolha de crescimento, nova crise e novo período de alta intervenção estatal, ou social-democrata. Tanto o auge do estado social-democrata (anos 50) como o auge do período liberalizante (anos 20 e 00) são períodos de grande prosperidade.

Na mesma toada, acho importante ver como as empresas estão enfrentando a crise. Qual é a solução? Despedir gente. O que as grandes empresas estão fazendo desde os anos 1970? Despedindo gente. Reengenharia, Programa de Demissão Voluntária, Outsourcing… As grandes empresas estão usando estas atitudes como solução para a crise, ou pelo menos para agüentar a crise? Mas o que elas estiveram fazendo nos últimos 30 anos?

E vejam os números de demissões. Uma empresa demitiu 2000. Outra 700. Outra demitiu 10000, mas espalhados em 30 países. Isso não soa estranho? Apenas na China, onde todos os números são superlativos, se encontram empresas que, individualmente, demitiram dezenas de milhares de pessoas. Os números só se tornam assustadores quando se somam ao redor do mundo inteiro. Para mim, isso tudo é sinal de que a crise é grave, mas não grave o suficiente para que o empresariado revise seus ‘princípios’. Afinal de contas, eles já demitiram quase todos os funcionários que precisavam para ‘continuarem competitivos’.

Agora falemos da segunda razão: não há revisão da ordem econômica e política internacional. Os anos 30 foram o caos: o comércio internacional despencou, o Nazismo tomou uma Alemanha arroxada, desempregada e com hiperinflação, a Liga das Nações implodiu. Tem muito mais coisa, mas todos estes fatos, além de estarem conectados entre si e com a Crise de 1929, são parte importante do contexto da Segunda Guerra e a criação de órgãos como a ONU, o FMI e o Banco Mundial. Alguns pensadores, principalmente de esquerda, falam que a crise atual é o momento para revisar os acordos de Bretton Woods, que criaram o FMI, o Banco Mundial e a semente da OMC (o GATT, acordo geral de taxas sobre o comércio). Obviamente, ninguém deu muita bola para essa idéia em lugares como Davos, no Fórum Econômico Mundial.

Então, o que vai acontecer? Acho difícil fazer palpites, leigo que sou. Mas não consigo enxergar uma crise comparável a de 1929, pelo menos não no momento.

Publicado por: Marcio | 24/02/2009

O mínimo e a diferença

Este post é uma ‘resposta’ ao post de mesmo nome, publicado na Cybercaverna:
http://cybertaverna.blogspot.com/2009/02/o-minimo-e-diferenca.html#comments

Me senti um pouco tocado pela discussão, não só pelo fato dela acontecer com um bando de velhos grandes amigos – velhos na duração, não na idade, e grandes no sentimento, não no peso. Mas principalmente por ser uma discussão que volta e meia aparece, que incomoda alguns e move outros.

Eu me listo entre os que são movidos por essa discussão, diariamente. Para quem está boiando, é a velha idéia de mudar o mundo. Claro, parte-se do pressuposto de que o mundo precisa mudar, de preferência para melhor, e urgente. É uma discussão clássica, romântica e, de certa forma, adolescente – pois acho que todo mundo, em algum momento, discute coisas do gênero na adolescência.

Mas é bom dizer que o próprio fato d’eu estar no Timor como voluntário, trabalhando nas Nações Unidas, indica algumas coisas sobre minhas opiniões. E não foi que, no frigir dos ovos, não consegui concordar com as ‘definições’ ali colocadas? Os primeiros textos a seguir falam sobre essa definição de ‘mínimo’. Depois, tento pensar na ‘diferença’.

Não terei o benefício do papo coletivo ao vivo, mas coloco aqui muitos pitacos.

Segue abaixo…

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